CURSO DE CERÂMICA, 2024
- Luana Maschio
- 7 de mar.
- 2 min de leitura
Atualizado: 10 de mar.
Mais um curso de cerâmica livre.
Neste curso aprendi técnicas de modelagem, placa, roda de oleiro manual, acordelado, pinch pot, esmaltação, esgrafito e brunido.
É maravilhoso se envolver em cursos como esse pois, para além do que se aprende na prática da cerâmica, manusear o barro e sentir os quatro elementos no decorrer do percurso faz com que águas internas se movam, remexe com sentidos e prazeres profundos. Nos conecta com nossa ancestralidade, com nosso senso de comunidade, do fazer juntos, de esperar, de sentir prazer em cada etapa, descobrir.
A arte da cerâmica é um ato de poesia em que as mãos moldam a matéria bruta e lhe conferem alma. Neste ofício ancestral, os quatro elementos fundamentais da natureza – terra, água, ar e fogo – entrelaçam-se numa dança harmoniosa, dando vida a formas que carregam tanto utilidade quanto expressão artística.
A terra é o ponto de partida, o corpo da criação. O barro, extraído do solo, contém a memória da própria natureza, uma matéria prima que guarda em si a força do tempo e a maleabilidade da transformação. Nas mãos do ceramista, a terra cede, molda-se, adapta-se, permitindo que a imaginação tome forma concreta.
A água é o elo que dá fluidez ao processo, permitindo que a argila se torne maleável e obediente ao toque. Sem ela, o barro seria rígido, inflexível, incapaz de responder à vontade do artista. É a água que traz suavidade aos gestos, que possibilita a junção das partes, que dá continuidade ao sonho moldado em mãos experientes.
O ar é o respiro da criação, o tempo de espera necessário para que a peça encontre sua firmeza antes do grande teste do fogo. É no encontro com o vento, na paciência do secar, que a argila se fortalece, preparando-se para a etapa final. O ar carrega a promessa da solidez, a passagem do efémero ao duradouro.
Por fim, o fogo é o elemento da transmutação. É na fornalha ardente que a cerâmica atinge sua plenitude, tornando-se definitiva, imutável. O calor sela o destino da peça, dando-lhe resistência, cor e textura. O que antes era barro moldável transforma-se em algo sólido, capaz de atravessar o tempo como testemunho do engenho humano.
Assim, a cerâmica é mais do que um ofício; é um poema que se escreve com os quatro elementos. É a fusão da natureza com a criatividade, onde o artista se torna alquimista, dando forma ao que antes era apenas potencial. Cada peça traz consigo essa jornada dos elementos, um testemunho da força e da beleza que emergem quando a arte e a terra se encontram.
É poético e profundo.
Meu trabalho na arquitetura com certeza se torna mais rico a cada dia que passa.
Menos telas e softwares e mais mão livre.
Soy grata a la vida, que me ha dado tanto!
Conheça meu trabalho.



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